Há vários séculos que a história da família Pato está ligada ao mundo do vinho na região da Bairrada. Tudo começou com Mário Pato, um dos primeiros a leccionar enologia em Portugal. O legado passou de geração em geração, e hoje é Luís Pato quem continua a missão do seu tio-avô.
Luís foi um dos precursores na comercialização do seu vinho fora do país. Conta-se que, há mais de 30 anos, levou na sua mala garrafas de Baga, Bical e outras variedades autóctones das vinhas da Bairrada, deixando surpreendidos os mais entendidos e sofisticados escanções, importadores e enófilos com os seus. Vinhos de carácter inconfundível que aliam condições e elementos geográficos únicos da região. Desde o clima fresco, da influência atlântica, ao carácter frutado do solo argilo-calcário em meia-encosta das pequenas montanhas de Óis do Bairro, à elegância, equilíbrio e delicadeza do processo de fermentação e de estágio em carvalho; todo um conjunto de elementos que, conjugados, conferiam (e conferem) um bom potencial de envelhecimento.
Pode dizer-se que, à época, Luís era um rebelde solitário por levar a cabo uma “revolução” numa região adormecida, desconhecedora das suas complexidades e riquezas naturais. Hoje, o património das vinhas velhas e o futuro para a Baga, o Bical e outros suspeitos autóctones parece assegurado. O espírito rebelde prevaleceu.
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